Se não me falha a memória, desde a infância, sempre me chamou de magrela e estranha, riu dos meus óculos e do meu cabelo sempre bagunçado, me irritou sem motivo algum. E eu realmente acho que isso é o mais próximo do amor que duas crianças podem chegar. Sempre pensava que teríamos apenas duas saídas: nunca mais iriamos ter o desprazer de nos ver novamente, ou, a segunda opção, contanto a menos possível: iríamos nos reencontrar daqui a alguns anos, em um lugar qualquer, cada um com a sua família, acenaríamos um para o outro, lembrando por um momento de toda aquela história de aventura infantil que vivemos no colégio. Mas o que se quer nem passou pela minha cabeça, foi que talvez houvesse uma terceira opção. A mais imprevísível. Um terceiro caminho que seria tão estranho quanto eu de óculos fundo-de-garrafa e cabelos despenteados. Talvez não tenha sido nem uma terceira opção, mas sim uma segunda chance. Uma chance de fazer com que duas pessoas extremamente diferentes pudessem ver o quanto são iguais e pensam parecido. Talvez uma última chance de fazê-los reconhecer que definitivamente fazem bem um pro outro.
A vida realmente tem uma forma engraçada de te surpreender, uma maneira inesperada de fazer com que as coisas façam sentido da hora exata.
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