segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Segunda chance




Se não me falha a memória, desde a infância, sempre me chamou de magrela e estranha, riu dos meus óculos e do meu cabelo sempre bagunçado, me irritou sem motivo algum. E eu realmente acho que isso é o mais próximo do amor que duas crianças podem chegar. Sempre pensava que teríamos apenas duas saídas: nunca mais iriamos ter o desprazer de nos ver novamente, ou, a segunda opção, contanto a menos possível: iríamos nos reencontrar daqui a alguns anos, em um lugar qualquer, cada um com a sua família, acenaríamos um para o outro, lembrando por um momento de toda aquela história de aventura infantil que vivemos no colégio. Mas o que se quer nem passou pela minha cabeça, foi que talvez houvesse uma terceira opção. A mais imprevísível. Um terceiro caminho que seria tão estranho quanto eu de óculos fundo-de-garrafa e cabelos despenteados. Talvez não tenha sido nem uma terceira opção, mas sim uma segunda chance. Uma chance de fazer com que duas pessoas extremamente diferentes pudessem ver o quanto são iguais e pensam parecido. Talvez uma última chance de fazê-los reconhecer que definitivamente fazem bem um pro outro.
A vida realmente tem uma forma engraçada de te surpreender, uma maneira inesperada de fazer com que as coisas façam sentido da hora exata. 



De repente um mar de palavras inunda minha mente num só ímpeto, me remetendo tirá-lás do pensamento, e situá-las em qualquer lugar onde possam ser visíveis aos olhos de quem queira enxergá-las. 

domingo, 29 de agosto de 2010



É quando eu te abraço bem forte e peço em silêncio que você nunca se vá. 


Eu nunca tive certeza de nada, mas sempre tive minhas preferências, dentre elas encontram-se as minhas exceções, e são elas que seguram minha mão e me mostram o caminho certo quando tudo está escuro e  parece o fim.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010



Bem no fundo eu sei que o tempo vai levá-lo e talvez nunca o devolva, porém meu coração insiste em manter a expectativa de que tudo vai dar certo no final.

 Ele faz o errado parecer o ideal, faz-me reconhecer que só o que importa é aquele momento. Se eu me desligo dessa fantasia, se aproxima de mim uma pequena dose de arrependimento, que é instantâneamente substituída por uma imensa sensação de euforia, que se dá apenas pelo encontro dos nossos olhares, me fazendo esquecer por um momento da realidade injusta que vai voltar e bater na minha porta depois que ele cruzar a esquina.  Definitivamente não é o que eu encontro todo dia por ai, aquela coisa compassada. É um absurdo. E de tão absurdo, chega a ser comovedor, e da comoção surge a dificuldade de acreditar no quanto uma coisa que é totalmente errada, pode parecer tão certa pra você.

terça-feira, 24 de agosto de 2010



Ele não era lindo, nem malhado. Mas mexia com ela. O sorriso dele era um meio-sorriso, como se pudesse esconder metade da alegria que sentia. E ele tinha um jeito engraçado de dizer as coisas. E isso a encantava. Ela não fazia o tipo miss. Era alta e magrela. Era míope, falava demais, mas era inteligente. E ele a achava bonita. Ele tinha mania de inventar gírias enquanto ela fazia comparações divertidas. Ela não sabia se ele mentia. Ela creditava. Havia entre eles absolutamente nada. Talvez um jogo de sedução que os confundia. E talvez assim quisessem. Mas ela sentia que a companhia dele a deixava bem, como nunca acontecera. E eles riam de qualquer besteira juntos.Eles eram completamente diferentes e se descobriam muito iguais. Ele não sabia dançar, mas curtia festa. Ela não parava quieta um minuto. Ele fazia charme e sumia. O que ele não sabia, e ela sequer comentou, é que o que acontece em pouco tempo, pode mudar o rumo de uma vida. Basta acreditar que nada é por acaso.


Eu sempre consegui o que queria. Pode levar dias, meses, até anos, mas sempre acontece. O problema é que quando a coisa chega, talvez eu não seja mais tão interessada nela.

Realidade





Estranha sensação de acordar de um sonho e perceber o quanto a sua vida é vazia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010





Mesmo depois de conhecer vários e novos sorrisos, o dele ainda é o meu preferido. 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010



O céu engolia o lugar
em que o mar era um cobertor.
Aquela luz da lua refletia no mar
um brilho intenso e sedutor.

Olhando para o mar

lembrando do grande amor
vendo como é bom amar
mas quanto é ruim a dor.

As nuvens se movimentavam
num ritmo encantador
as ondas lambendo as pedras
e eu pensando no meu grande amor.

Olhei em volta e me senti insignificante
naquela imensidão de areia e mar
realmente eu era nada importante.

Se ele estivesse ali, ia ser diferente
eu poderia tocar o céu, 
mas tocar o seu rosto
me deixaria contente.